A influência das longarinas/vigas na capacidade dos sistemas de armazenagem tipo porta paletes

Os porta paletes são constituídos basicamente por montantes (colunas + travessas) e longarinas, conforme Figura 1.  A capacidade portante do produto é obtida mediante dimensionamento de ambos os principais constituintes, sendo que o limitante é aquele que determina a sobrecarga máxima admissível no sistema de armazenagem.

Figura 1 – Montantes e longarinas constituindo porta paletes seletivo.

De acordo com a ABNT NBR-15524:2007, os montantes dos porta paletes devem ser dimensionados a partir da modelagem de um sistema estrutural idealizado com a menor inércia das colunas contida pelo treliçamento, constituído pelas travessas (horizontais e diagonais). Atualmente, a tipologia mais adotada pelo mercado para o nó de ligação entre a coluna e as travessas é dada por uma conexão parafusada, conforme Fig. 2, que em termos de modelagem pode ser representada por um vínculo com forte aproximação a um nó articulado.

Simultaneamente, a referida modelagem deve proporcionar também a contenção da maior inércia da coluna por intermédio das longarinas/vigas, cuja tipologia prática mais recorrente no mercado para o nó de ligação é dada por uma ligação semirrígida constituída por uma garra dentada e um pino ou um parafuso de segurança, conforme também demonstrado na Fig. 2.

Logo, embora o porta paletes disponha de colunas com regulagens,  ofertadas pelos passos de furação, é imprescindível que o fornecedor do equipamento seja consultado previamente a qualquer desqualificação do produto original, tendo-se em vista que a resistência do conjunto está intimamente ligada à disposição das longarinas.

Figura 2 – Tipologias de nós de coluna-travessa e coluna-longarina

Salienta-se que a rigidez das ligações entre o piso de concreto e a coluna (proporcionada pela placa de base) e as longarinas e a coluna, conforme pormenorizado anteriormente, são responsáveis pelo “Efeito Grupo/Conjunto” e, por consequência, pela manutenção do comportamento auto-portante destes sistemas de armazenagem, garantindo que os mesmos se mantenham estáticos sem a necessidades de quaisquer amarrações e/ou ancoragens externas.

Assim sendo, conclui-se que a disposição das longarinas/ vigas é extremamente relevante na determinação da capacidade portante do equipamento e na conferência do desempenho “auto-portante” aos sistemas tipo porta paletes. Portanto, qualquer tipo de modificação na configuração das longarinas (remanejamento, acréscimo ou remoção), pode alterar a capacidade portante do conjunto, pois a mesma modifica os comprimentos de contraventamento das colunas, previstos no projeto original do sistema de armazenagem. Reforça-se que o fenômeno explicitado anteriormente tem aplicabilidade inclusive quanto à remoção de longarinas/ vigas, tendo-se em vista que quanto menor a quantidade de longarinas existente em um módulo, menor o nível de contraventamento ofertado ao mesmo.