O cross docking modernizou os conceitos tradicionais do armazenamento, afetando positivamente a gestão do transporte de mercadorias e toda a logística das empresas.
Para os gestores que buscam a melhoria contínua em seus processos, essa estratégia pode ser uma alternativa interessante para gerar mais resultados.
Ainda mais quando na empresa há entraves relacionados ao estoque, como layout ou espaço reduzido para armazenar produtos.
Para se ter ideia do potencial do cross docking, veja a conclusão de um estudo de caso publicado no XXXIX Encontro Nacional de Engenharia de Produção em 2019:
“A estratégia cross docking apresenta um grande potencial para controlar os custos de logística e distribuição de produtos e para manter o nível de serviço aos clientes, uma vez que busca eliminar ou reduzir o estoque não produtivo […]”.
E o raciocínio é completado da seguinte forma:
“Essa estratégia logística é um investimento a ser pensado por empresas que querem se manter competitivas, oferecer uma entrega a um custo justo e satisfazer o cliente e reduzir seus custos internos […]”.
Gostou? Continue lendo e saiba mais do cross docking, do conceito às vantagens!
O que é cross docking?
Na tradução, “cross docking” é “cruzando as docas”. Portanto, uma expressão relacionada a portos, navios e o armazenamento de cargas durante as trocas de embarcações.
Com relação à operação, o termo é usado como forma de representar um carregamento de mercadorias mais rápido e eficiente. Imagine esse exemplo de cross docking:
Uma transportadora precisa fazer a baldeação de uma carga, sendo que de um mesmo armazém sairá vários veículos para lugares diferentes. Então, o processo permite:
- Rápido descarregamento;
- Rápida conferência de cargas;
- Rápida redistribuição delas.
Portanto, quando as cargas chegam no cross docking, que possuem estruturas físicas robustas, elas são separadas e enviadas aos destinatários em, no máximo, 24 horas.
Ou seja, as mercadorias são transferidas do “recebimento” para a “expedição” de maneira direta, eliminando várias etapas do processo de armazenagem.
É uma excelente ideia para negócios e comércios que não possuem estruturas de armazenagem robusta, querem expandir as vendas, entre outros exemplos.
A diferença da armazenagem tradicional para o cross docking
Para finalizar esse tópico sobre o conceito de cross docking, considere que a principal diferença para os modelos mais tradicionais é o fluxo logístico contínuo.
De modo que é uma opção que elimina custos com o estoque, como aconteceu com o Walmart, que realiza 85% das entregas com essa distribuição.
Esse movimento pode acontecer em:
- One touch: única parada (do veículo de entrada para o de saída);
- Two touchs: passam pelo picking antes de ir para o segundo veículo.
E com relação à estrutura do terminal e operação, ela pode variar em formatos, números de portas e serviços. Sempre respeitando as necessidades de cada negócio, é claro.
Os tipos de cross docking
Outro ponto interessante é sobre os tipos de processos que existem. Atualmente, os principais se dividem em 3 categorias.
1 – Cross docking pré-distribuído
A primeira alternativa é comum entre as grandes empresas, sendo que os gestores planejam tudo, cada etapa do processo: horário de saída, armazenagem e entregas.
Geralmente, a administração passa ainda por uma consulta profissional para o gerenciamento de riscos e o estoque não é armazenado, indo diretamente ao cliente.
2 – Cross docking consolidado
Neste caso, a principal característica acontece quando há um descarregamento e manuseio de produtos antes de continuar o roteiro.
Isso porque compradores podem exigir especificidades das cargas que não são atendidas na fábrica, então cria-se uma necessidade de realocação de mercadorias.
Aqui, é bem diferente do tipo acima porque o produto sai da fábrica e tem uma “parada” para desembalar, analisar e adaptar às exigências antes de ir para o destino.
Então, é preciso contar com armazéns especializados! Sendo que após o armazenamento, a carga volta para os veículos para seguir o roteiro.
3 – Cross docking híbrido
O último tipo de cross docking combina as duas opções anteriores, sendo mais flexível e recomendado para operações mais complexas.
Por isso, exige capacitação dos profissionais envolvidos, assim como tecnologias, já que é preciso localizar cada produto da carga, na quantidade exata.
Modelo B2B
Alguns especialistas gostam de mencionar mais uma categoria, do modelo B2B, entre empresas. Aqui, a ideia é separar pedidos de um único cliente preenchendo veículos.
Ou seja, acontece por meio das cargas FTL (Full Truck Load), quando determinadas cargas completam um caminhão inteiro, por exemplo.
As vantagens do cross docking
O Canal Ser Logístico explica o cross docking em um vídeo da seguinte forma:
“Evitar ter que armazenar 100% dos itens, […], geralmente, é o que acontece em produtos de alto giro. E ainda pode consolidar com outras cargas”.
Ou seja, da visão estratégica à operação que permite até a consolidação, quais as principais vantagens de aplicar esse processo nas empresas? Confira algumas!
- Redução da necessidade de espaço (zero-estoque);
- Redução de avarias nos produtos;
- Redução de custos com funcionários;
- Diminuição de furtos (processo monitorados);
- Menos custos de manuseio;
- Aumento da velocidade do processo;
- Entregas mais rápidas (menor lead time).
Desse modo, como está mencionado no próprio vídeo, este é um “indicador-chave para operações. Inclusive, há empresas que usam o cross docking de forma quase exclusiva”.
O que é preciso para investir no cross docking?
Para isso acontecer, é preciso ter um planejamento de implementação:
- Avaliar cargas, mão de obra e prazos de entrega;
- Investir em tecnologia, como IA e softwares de ERP, WMS e TMS;
- Fazer parcerias com Centros de Distribuição;
- Realizar o treinamento de equipes;
- Invista em estruturas de armazenagem de qualidade.
Estruturas de armazenagem? É isso mesmo! Afinal, o cross docking é como um sistema de distribuição porque recebe itens da fábrica e expede para os consumidores rapidamente.
Em 2019, a ISMA ampliou a capacidade de um sistema cross docking de uma empresa de Barueri (SP), adicionando um mezanino de 4.000 m² montado a curto prazo (3 meses).
“O projeto está apto a receber diferentes cargas ao longo de toda estrutura, inclusive na área central haverá esteiras transportadoras e regiões com paleteiras elétricas”.
Quer ver esse trabalho com fotos? Visite o case de sucesso ISMA.
Para quais tipos de mercadorias é o cross docking?
Todo tipo de empresa pode adotar o cross docking como estratégia, especialmente aquelas focadas em operações B2B e/ou que atendem a demanda online (e-commerce).
Independentemente disso, o mais importante é considerar que esse método melhora a eficiência logística, permitindo trabalhar com um estoque-zero ou dark store, por exemplo.
Logo, há uma gestão logística mais otimizada, tornando:
- Rotinas menos complexas e
- Diminuição de custos (financeiros, de trabalho, de tempo, etc).
Como consequência, traz uma vantagem competitiva com relação à satisfação do cliente, já que processos mais rápidos e mais econômicos deixam os clientes mais satisfeitos.
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