Você já parou para pensar em como os custos de armazenagem afetam o desempenho financeiro da sua empresa? Será que ele está auxiliando ou prejudicando o crescimento da operação?
Se nunca avaliou isto, chegou a hora de dar atenção a esse assunto fundamental da logística.
Neste artigo, vamos entender um pouco mais desse conceito e as melhores práticas de otimização, de maneira que seja estratégico durante a sua gestão – e não um peso para o negócio!
Antes disso, uma curiosidade: sabia que os gastos dessa área podem representar até 40% do total da logística em empreendimentos de quaisquer segmentos?
A informação vem do teórico Ronald Ballou, mencionado em diversas pesquisas científicas, como em um estudo de caso publicado na Universidade Federal do Ceará.
Isso significa que otimizar essas atividades têm um impacto significativo na sua margem de lucro.
Então, o que são esses custos de armazenagem?
São os gastos que estão ligados à movimentação de mercadorias em toda a cadeia de suprimentos, da chegada dos materiais à saída dos produtos, diz a empresa de tecnologia TOTVS.
Ou seja, fazem parte dos custos logísticos e envolvem várias atividades, entre elas, a alocação dos produtos, sem se esquecer das embalagens, processamento de pedidos e assim por diante.
A fim de entender um pouco mais dessa teoria, vale a pena nos atentarmos aos itens que somam nesse cálculo de custos de armazenagem. Veja no próximo tópico.
Quais são eles?
Confira os principais componentes dessa conta, lembrando que aqui temos apenas uma seleção deles, sendo que o ideal é avaliar as particularidades de cada indústria!
Espaço:
- Aluguel ou depreciação do imóvel;
- Impostos sobre a propriedade;
- Seguros.
Mão de obra:
- Salários e encargos dos funcionários;
- Treinamentos e capacitações.
Equipamentos:
- Depreciação ou aluguel de empilhadeiras, paleteiras, etc;
- Manutenção de maquinários.
Sistemas e tecnologia:
- Software de gerenciamento de armazém (WMS);
- Alternativas de código de barras ou RFID.
Energia e utilidades:
- Eletricidade;
- Água;
- Aquecimento ou refrigeração.
Materiais de embalagem:
- Paletes;
- Caixas;
- Fitas adesivas.
Segurança:
- Sistemas de vigilância;
- Equipe de segurança.
Manutenção:
- Limpeza;
- Reparos e conservação do espaço.
Leia também: os tipos de armazenagem na logística
E como se calcula o custo de armazenagem?
O método mais comum é o cálculo do custo por unidade armazenada, que considera todos os gastos associados divididos pelo número de unidades mantidas no estoque.
Ou seja, a fórmula básica e mais conhecida é:
>> Custo de Armazenagem = (Custos Totais de Armazenagem / Número de Unidades Armazenadas) x Tempo de Armazenagem
Neste caso, saiba que:
- Custos Totais de Armazenagem é a soma de todos os gastos mencionados antes;
- Número de Unidades Armazenadas é a quantidade média de itens no estoque;
- Tempo de Armazenagem: período considerado (geralmente, um mês ou um ano).
Agora, é só colocar em prática e substituir os conceitos pelos dados do seu negócio. Se ainda tiver dúvidas sobre como fazer isso, veja o exemplo a seguir.
Exemplo de custo de armazenagem
Vamos imaginar uma empresa que tem os seguintes dados:
- Aluguel do armazém: R$ 10.000;
- Mão de obra: R$ 15.000;
- Equipamentos: R$ 5.000;
- Energia e utilidades: R$ 2.000;
- Outros: R$ 3.000;
- Total de R$ 35.000.
Se esse negócio mantém em média 10.000 unidades armazenadas por mês, o custo por unidade seria:
Custo de Armazenagem = (R$ 35.000 / 10.000 unidades) x 1 mês = R$ 3,50 por unidade/mês
Este valor serve como referência na avaliação da eficiência das operações em comparação com benchmarks do setor.
Agora, a pergunta de milhões: será que esse custo está alto?
A verdade é que não há uma média certa que responda essa dúvida. Por isso, é essencial pensar nos “sinais de alerta” que podem indicar um custo elevado, entre eles:
- Comparação com a média do setor;
- Aumento desproporcional (custos x vendas ou produção);
- Baixa rotatividade de estoque;
- Áreas vazias ou mal aproveitadas indicam ineficiência;
- Altos índices de danos ou perdas;
- Processos manuais excessivos.
Ou seja, fazer o cálculo é interessante porque é uma referência. No entanto, você só saberá o que ele significa ao continuar o estudo comparando com outros dados e informações.
Em todo caso, a estratégia é reduzir custos de armazenagem!
Agora que você entende melhor os custos de armazenagem e como identificar quando estão altos, vamos explorar estratégias para reduzi-los:
Otimize o layout do armazém:
- Implemente sistemas eficientes;
- Organize os itens de acordo com sua rotatividade.
Invista em tecnologia:
- Adote um sistema WMS a fim de melhorar a eficiência das operações;
- Implemente tecnologias de automação.
Melhore a gestão de estoque:
- Utilize técnicas como o Just-in-Time de modo a reduzir o estoque parado;
- Implemente um sistema de controle de estoque mais preciso.
Treine sua equipe:
- Invista em capacitação para aumentar a produtividade dos funcionários;
- Implemente programas de melhoria contínua e corrija ineficiências.
Considere a terceirização:
- Avalie se terceirizar parte ou toda a operação pode ser mais econômico.
Negocie contratos:
- Renegocie contratos de aluguel, serviços e fornecedores, visando as melhores condições.
Reduza o consumo de energia:
- Invista em iluminação LED e melhores sistemas de controle de temperatura;
- Considere a instalação de painéis solares para reduzir custos de energia.
Melhore a previsão de demanda:
- Utilize análise de dados e inteligência artificial e descubra a demanda futura.
Padronize embalagens:
- Utilize embalagens padronizadas e facilite o armazenamento.
Implemente soluções verticais:
- Aproveite a verticalização com sistemas como mezaninos ou estruturas autoportantes.
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Inclua a armazenagem na sua abordagem estratégica
De forma definitiva, gerenciar eficientemente seu armazenamento é indicativo de sucesso.
Ao entender detalhadamente esses custos, calcular corretamente e implementar estratégias de otimização, você também melhora a eficiência operacional e a satisfação do cliente.
E um dos pontos mais importantes tem a ver com os Sistemas de Armazenagem eficientes, que não apenas reduz custos, mas também aumenta a produtividade e melhora a qualidade do serviço.
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