O estoque envolve diversos custos, como de oportunidade, manutenção e depreciação. Ao mesmo tempo, a redução de custos é uma estratégia para tornar as empresas mais competitivas. Por isso, entender as diferenças entre os tipos de estoque é tão necessário.
Inclusive, esse é um dos desafios do Supply Chain, intensificado no pós-pandemia. Mas, como equilibrar o estoque para não faltarem mercadorias para as vendas sem ter altos volumes de produtos parados, depreciando o negócio?
A resposta passa pelo tipo de estoque que traz mais vantagens para o seu negócio. Continue lendo, entenda os conceitos relacionados à armazenagem e torne o estoque mais estratégico na geração de resultados da sua empresa.
Quais os tipos de estoque
Você trabalha com produção e/ou venda de produtos? Então, tem um estoque para armazenar as mercadorias. Sabia que ele pode ser classificado? Ao longo do tempo, especialistas conceituaram e categorizaram os tipos de estoque. Conheça os principais:
1 – Estoque Regulador
O estoque regulador também é chamado de estoque de segurança. Acontece quando a empresa armazena mercadorias em quantidades suficientes para atender toda a demanda de clientes, mesmo em épocas de alto volume de vendas.
Exemplo: uma indústria de brinquedos que mantém estoques reguladores focados em épocas como Dia das Crianças e o Natal. Geralmente, são nesses períodos que há mais vendas para esse público, em quase todas as lojas do comércio.
2 – Estoque de Ciclo
Outro dos tipos de estoque é o de Ciclo. Ele é mais comum em empresas que não produzem todas as partes de um mesmo produto de uma só vez. Assim, cria-se a divisão, em fases, das produções e da estocagem.
O melhor exemplo é uma fábrica de móveis. O mais comum é que, inicialmente, produza as estruturas de um armário para, só depois, iniciarem a fabricação das portas.
Portanto, costuma ser ideal para as pequenas fábricas, com capacidade produtiva menor.
3 – Estoque de Antecipação
No estoque de Antecipação, armazenam-se produtos para compensar o ritmo de uma determinada produção que não pode esperar. Mas que será diminuída na sequência. E, com certeza, você deve ter pensado na indústria agro, certo?
Faz sentido! Imagine uma produção de tomate. Em estações típicas dessa fruta, é preciso ter um grande estoque para guardar e conservar todo alimento. No entanto, em outras estações, a produção cai – ainda assim, é preciso ter o produto em prateleiras.
4 – Estoque de Canal
Nesse outro tipo de estoque, os produtos são armazenados em trânsito. Ou seja, quando sai de um ciclo produtivo e, logo em seguida, vai para outras áreas. É durante este momento que acontece a estocagem de canal.
Em algumas indústrias, também é conhecido como estoque em trânsito porque está presente na rota de entrega. Assim, a atividade acontece em caminhões ou navios, por exemplo, que levam as mercadorias de uma fábrica até outro ponto, como aeroportos e portos.
5 – Estoque Consignado
O estoque Consignado tem uma gestão feita por outra empresa, isto é, por terceiros. É um tipo de estoque onde o espaço de armazenamento e o ciclo logístico são feitos por parceiras. Assim como os dark stores.
De maneira geral, é uma forma interessante para empresas que não possuem espaço físico para alocar as mercadorias. Muitas vezes, mesmo com o local disponível, faltam estruturas de armazenagem adequadas. Então, nesses casos, o estoque consignado é uma boa ideia.
Outros tipos de estoque
Além dos 5 tipos de estoque acima, outras opções podem ser interessantes na hora de otimizar a operação. Ainda que sejam menos comuns, funcionam de forma estratégica para determinadas indústrias. Alguns são:
- Estoque inativo: Quando há produtos com baixas vendas,
- Estoque mínimo: Interessante para quem nunca quer ficar sem estoque,
- Estoque máximo: Para quem tem muito espaço e quer comprar em lotes,
- Dropshipping: A empresa faz as vendas e o fabricante entrega.
Antes de terminar, é importante saber que a escolha de um dos tipos de estoque vai influenciar o controle que é feito nessa área da empresa. Por sinal, também existem vários tipos de inventários de estoque. Saiba mais disso nessa segunda parte da leitura.
Os tipos de inventário de estoque
O inventário de estoque é a contagem de itens armazenados na empresa. A principal função é a de garantir que os registros sejam precisos e atualizados o tempo todo. Portanto, é a ação de contabilizar mercadorias e comparar com os números registrados em sistemas.
Entre os principais benefícios dessa prática, temos:
- Melhor controle do estoque;
- Redução de custos;
- Precisão nas informações;
- Melhor atendimento;
- Experiência do cliente;
- Planejamento para produção ou novas compras.
Os inventários devem ser feitos em períodos: mensais, trimestrais ou anuais. O que depende da necessidade de cada negócio. Ou acontece quando há mudanças na gestão, em contratos, após período de vendas, quando há atrasos na entrega, etc.
Então, quais os tipos de inventário de estoque que existem?
Geral: O inventário geral faz um levantamento de todos os produtos da empresa. Inclusive, com a possibilidade de revisitar o entendimento do patrimônio real dela.
Dinâmico: Também chamado de parcial, esse inventário contabiliza e compara apenas uma parte do estoque por vez. A divisão pode ser por categorias, por exemplo.
Rotativo: É um tipo de inventário que acontece de forma regular em ciclos, como mensais. A frequência se deve a rotatividade dos produtos.
Periódico: É como o rotativo, porém, em períodos mais longos, como a cada 3 meses ou mais. Pode acontecer em finais de temporadas ou após a Black Friday, por exemplo.
Anual: Já o inventário anual é aquele que tem um viés mais fiscal. Acaba sendo uma forma de fechar as contas do ano e deixar a empresa preparada para a auditoria.
Independentemente do tipo e plataforma que vai auxiliar nessa ação, alguns passos são fundamentais para o inventário acontecer. São eles:
- Data ou período;
- Organização do espaço;
- Categorização dos itens;
- Definição do método a ser usado.
Os tipos de controle de estoque
O estoque armazena produtos. Já o controle de estoque não é apenas o registro do que entra e do que sai desse departamento. Mais do que isso, é uma atividade que permite monitorar e agir a partir do fluxo produtivo, o que resulta na melhor experiência do cliente.
Isto é, vai do momento em que a mercadoria entra no estoque até o momento que o produto é enviado ao cliente. O principal objetivo é manter todos os setores e colaboradores envolvidos em cada situação, melhorando a disponibilidade e reposição dos itens.
A ideia desses métodos é saber quais produtos estão em falta, além de avaliar o giro do estoque. A revista internacional The Motley Fool tem um artigo bem interessante que menciona alguns exemplos, correlacionando-os com as maiores empresas do mundo.
Um dos mais conhecidos é o Sistema Toyota de Produção (STP), criado pela fabricante de veículos que deu origem ao método Just-in-Time. A ideia era a de que os insumos só fossem levados para a produção quando o pedido de compra e produção fosse recebido.
Depois, já com o nome de Just-in-Time, temos o exemplo da Apple. A fabricante de aparelhos tecnológicos mantém apenas um armazém nos Estados Unidos, porém, com mais de 150 fornecedores globais. Assim, terceiriza o estoque nas lojas, reduzindo custos.
A Dell utiliza FIFO. Ou seja, First In, First Out. A estratégia de estoque prioriza os produtos que estão há mais tempo no estoque para serem comercializados mais rapidamente. Já o Walmart usa o controle de estoque LIFO (Last In, First Out), que tem movimento oposto.
Mas também é possível aplicar metodologias de forma híbrida. Por exemplo, a General Electric usa os dois: LIFO para estocagem em solo norte-americano e FIFO para outros países.
FIFO e LIFO: entenda a diferença entre esses métodos
Qual o melhor dos tipos de estoque?
Após avaliar os tipos de estoque, de inventário e de controle, a última pergunta é: como saber qual é o melhor modelo para o seu negócio? A verdade é que não existe uma única resposta, já que a melhor alternativa vai depender das características do negócio.
Em um estudo de viabilidade é preciso considerar fatores como o sistema de armazenagem e os métodos de estocagem. Além do uso de tecnologias atreladas à gestão operacional, a cadeia de suprimentos e, inclusive, o valor das mercadorias.
Armazenar insumos hospitalares é diferente de estocar produtos do agronegócio, acessórios para pets ou itens de alto valor, concorda?
Por isso, avalie o primeiro dos fatores: sistema de armazenagem. Se a sua empresa atua com determinados tipos de produtos, então, vai ser preciso ter estruturas apropriadas para a melhor estocagem, garantindo os devidos cuidados aos produtos.
E, também, para ter um acesso mais facilitado e mais rápido às mercadorias. Outra vantagem de um sistema personalizado: permite maximizar o espaço disponível. Por exemplo, através da verticalização, que acontece com o porta-paletes, mezanino, etc.
Saiba qual é o sistema de armazenagem ideal para sua empresa
O fato é que a escolha do melhor tipo de estoque para a sua indústria vai depender da análise e entendimento desses fatores. O que também trará resultados positivos para a experiência do cliente.
Para saber mais sobre os tipos de estoque e a armazenagem
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